segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sobre xícaras, café e pessoas

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Um grupo de ex-alunos, todos muito bem estabelecidos profissionalmente, se reuniu para visitar
um antigo professor da universidade.
Em pouco tempo, a conversa girava em torno de queixas de estresse no trabalho e na vida como um todo.
Ao oferecer café aos seus convidados, o professor foi à cozinha e retornou com um grande bule e uma variedade de xícaras - de porcelana, plástico, vidro, cristal; algumas simples, outras caras, outras requintadas; dizendo a todos para se servirem.
Quando todos os estudantes estavam de xícaras em punho, o professor disse: - Se vocês repararem, pegaram todas as xícaras bonitas e caras, e deixaram as simples e baratas para trás. Uma vez que não é nada anormal que vocês queiram o melhor para si, isto é a fonte dos seus problemas e estresse.
Vocês podem ter certeza de que a xícara em si não adiciona qualidade nenhuma ao café.
Na maioria das vezes, são apenas mais caras e, algumas vezes, até ocultam o que estamos bebendo.
O que todos vocês realmente queriam era o café, não as xícaras, mas escolheram, conscientemente, as melhores xícaras... e então ficaram todos de olho nas xícaras uns dos outros.
Agora pensem nisso:
A Vida é o café, e os empregos, dinheiro e posição social são as xícaras.
Elas são apenas ferramentas para sustentar e conter a Vida... e o tipo de xícara que temos não define, nem altera, a qualidade de Vida que vivemos.
As vezes, ao nos concentrarmos apenas na xícara, deixamos de saborear o café que Deus nos deu.
Deus côa o café, não as xícaras...
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Autor Desconhecido

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terça-feira, 14 de outubro de 2008

é... pois é...

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Não importa onde você parou...
em que momento da vida você cansou...
o que importa é que sempre é possível e necessário "Recomeçar"
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
é renovar as esperanças na vida e o mais importante...
acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período? foi aprendizado...
Chorou muito? foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas? foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes? é porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido? era o início da tua melhora...
Pois é... agora é hora de reiniciar...
de pensar na luz...
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal Um corte de cabelo arrojado...diferente?
Um novo curso...
ou aquele velho desejo de aprender a pintar...
desenhar...
dominar o computador...
ou qualquer outra coisa...
Olha quanto desafio...
quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.
Tá se sentindo sozinho? besteira...
tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento"...
tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para "chegar" perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza...
nem nós mesmos nos suportamos...
ficamos horríveis...
o mal humor vai comendo nosso fígado...
até a boca fica amarga.
Recomeçar... hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você quer chegar?
ir alto... sonhe alto... queira o melhor do melhor...
queira coisas boas para a vida...
pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos...
se pensamos pequeno...
coisas pequenas teremos...
já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor...
o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental...
joga fora tudo que te prende ao passado...
ao mundinho de coisas tristes...
fotos...peças de roupa, papel de bala...
ingressos de cinema, bilhetes de viagens...
e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados...
jogue tudo fora...
mas principalmente...
esvazie seu coração...
fique pronto para a vida...
para um novo amor...
Lembre-se somos apaixonáveis...
somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...
afinal de contas... Nós somos o "Amor"...
(Carlos Drummond de Andrade)
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" Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura."
(Fernando Pessoa)
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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

≈ A Morte Devagar ≈

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Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado.
Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional.
Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia.
Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

Martha Medeiros
[nasceu em Porto Alegre em 1961. Formada em Publicidade. Escreveu livros de poesias e de crônicas]